CARTA DA PARAÍBA - João Pessoa, 2 de dezembro de 2001.
Documento gerado no Festival Mundial de Circo
Quando os deuses se encontraram e riram pela primeira vez
Eles criaram os planetas, as águas, o dia e a noite
Quando riram pela segunda vez
Eles criaram os planetas, as águas, o dia e a noite
quando riram pela segunda vez,
criaram as plantas, os bichos e os homens
Quando gargalharam pela última vez,
eles criaram a alma.
(de um papíro egípicio)
Palhaços do mundo, uni-vos!
Vivemos um momento em que a estupidez humana é nossa maior ameaça.
Palhaços não transformam o mundo, quiçá a si mesmos.
E nós, palhaços, tontos, bufões, que levamos a vida a mostrar toda essa estupidez, cansamos.
O palhaço é a expressão da alegria, o palhaço é a expressão da vida no que ela tem de instigante, sensível, humana.
Alegria que o palhaço realiza a cada momento de sua ação, contribuindo para estancar, por um momento que seja, a dor no planeta Terra.
O palhaço é a única criatura no mundo que ri de sua própria derrota e ao agir assim estanca o curso da violência.
OS PALHAÇOS AMPLIAM O RISO DA TERRA.
Por esse motivo, nós, palhaços do mundo, não podemos deixar de dizer aos homens e mulheres do nosso tempo, de qualquer credo, de qualquer país: CULTIVEMOS O RISO.
Cultivemos o riso contra as armas que destroem a vida.
O riso que resiste ao ódio, à fome e às injustiças do mundo. Cultivemos o riso. Mas não um riso que discrime o outro pela sua cor, religião, etnia, gostos e costumes.
CULTIVEMOS O RISO PARA CELEBRAR AS NOSSAS DIFERENÇAS.
Um riso que seja como a própria vida: múltiplo, diverso, generoso.
Enquanto rirmos estaremos em paz.
Declaração do riso da terra – João Pessoa-PB, 02 de dezembro de 2001.