sexta-feira, 14 de junho de 2013

DECLARAÇÃO DO RISO DA TERRA

CARTA DA PARAÍBA - João Pessoa, 2 de dezembro de 2001.
Documento gerado no Festival Mundial de Circo


Quando os deuses se encontraram e riram pela primeira vez
Eles criaram os planetas, as águas, o dia e a noite
Quando riram pela segunda vez
Eles criaram os planetas, as águas, o dia e a noite
quando riram pela segunda vez,
criaram as plantas, os bichos e os homens
Quando gargalharam pela última vez, 
eles criaram a alma.
(de um papíro egípicio)




Palhaços do mundo, uni-vos!
Vivemos um momento em que a estupidez humana é nossa maior ameaça. 
Palhaços não transformam o mundo, quiçá a si mesmos.
 E nós, palhaços, tontos, bufões, que levamos a vida a mostrar toda essa estupidez, cansamos.

O palhaço é a expressão da alegria, o palhaço é a expressão da vida no que ela tem de instigante, sensível, humana.
 Alegria que o palhaço realiza a cada momento de sua ação, contribuindo para estancar, por um momento que seja, a dor no planeta Terra.

O palhaço é a única criatura no mundo que ri de sua própria derrota e ao agir assim estanca o curso da violência.

OS PALHAÇOS AMPLIAM O RISO DA TERRA.

Por esse motivo, nós, palhaços do mundo, não podemos deixar de dizer aos homens e mulheres do nosso tempo, de qualquer credo, de qualquer país: CULTIVEMOS O RISO.

Cultivemos o riso contra as armas que destroem a vida.

O riso que resiste ao ódio, à fome e às injustiças do mundo. Cultivemos o riso. Mas não um riso que discrime o outro pela sua cor, religião, etnia, gostos e costumes.

CULTIVEMOS O RISO PARA CELEBRAR AS NOSSAS DIFERENÇAS. 
Um riso que seja como a própria vida: múltiplo, diverso, generoso. 
Enquanto rirmos estaremos em paz.










Declaração do riso da terra – João Pessoa-PB, 02 de dezembro de 2001.

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